sábado, 30 de janeiro de 2010

Mudança de planos

Na boca da viagem sou obrigado a fazer uma mudança forçada no planejamento. O aluguel do basemant em Etobicoke, que seria a minha 1ª morada em Toronto (post http://acarajegelado.blogspot.com/2009/12/1a-moradia-em-toronto.html), não vai rolar mais. Fui surpreendido com a notícia, passada pelo meu amigo Bill, que o proprietário da casa resolveu colocar a mesma à venda e que não estaria mais interessado no aluguel.  Poxa, tinha achado o local muito legal e bem localizado. Era só um mês, mas que daria tempo para procurar um local definitivo. Bad news .....
Bom, mas nem tudo é ruim nesse post. O Gustavo, um amigo baiano que já esta morando em Toronto há uns dois anos, me convidou para ficar do dia 23/2 (minha chegada) ao dia 28/2 na casa dele em Mississauga. O bacana da gentileza do Gustavo é que ela ocorreu antes mesmo de eu saber que o aluguel do basemant tinha furado. Legal né?
Agora estou de volta aos classificados aqui no Brasil enquanto os amigos que já estão no Canadá dão uma forca por lá.  O Bill (meu amigo canadense) também disse que iria voltar a procurar. Agora é só torcer, pois senão vou ficar Homeless a partir de marco.
Um abraço
Márcio

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sistema de saúde

Vejo muita gente comentando sobre o sistema de saúde público no Canadá, além disso tenho acompanhado na blogosfera muitos elogios e também criticas dos imigrantes que já precisaram dele. Uma coisa importante, e que não pode ser desconsiderada, é que a maioria dos canadenses aprova seu sistema de saúde.
Para quem não sabe, todos os canadenses e residentes permanentes têm direito ao plano de saúde do estado. Este paga aos médicos e hospitais de acordo com os procedimentos realizados, parecido com os nossos planos de saúde privados (não existem hospitais públicos). O dinheiro para mantê-lo vem primeiramente dos impostos, mas em algumas províncias os habitantes também precisam pagar uma apólice trimestral (dependendo dos rendimentos).

O sistema é baseado em medicina preventiva e toda família, teoricamente, deve ter um médico de família.  Este profissional é um clínico geral que faz o acompanhamento dos seus exames periódicos e check up geral. Quando é identificada a necessidade de um especialista é ele que encaminha. Ahh, é lógico que caso tenha uma emergência você pode ir a uma clínica ou hospital sem passar pelo médico de família.
Um problema comentado pelos que já estão no Canadá, e que justifica o “teoricamente” usado acima, é que com a escassez desses profissionais em Ontário, todos dizem que não é tão fácil achar um que ainda esteja aceitando novos pacientes. Devido a essa carência, existe um suporte do Ministério da Saúde de Ontário para apoiar essa busca, o nome do programa é Health Care Connect.
Mesmo com apoio da maioria dos canadenses, o sistema atual vem sofrendo pressão. Alguns tipos de cirurgias eletivas ou consultas em algumas especialidades a fila chega a ser de meses. Gente esperando horas em uma emergência também não é coisa rara, a diferença (para o Brasil) é que quando isso acontece algum responsável tem de se explicar para a mídia.
Pesquisando sobre saúde no Ontário achei um artigo bem interessante no The New England Journal of Medicine (http://healthcarereform.nejm.org/?p=2612&query=TOC), ele conta um pouco da evolução do sistema de saúde e mostra alguns números comparativos em relação ao EUA.
Bom, depois de ter o primeiro contato com o sistema (espero que demore), volto para contar detalhes.
Um abraço
Márcio

sábado, 23 de janeiro de 2010

Compartilhando o carro

Uma coisa que pretendo fazer depois de um tempo em Toronto é comprar um carro. Talvez isso não aconteça logo no começo, pois as despesas serão muitas, mas decididamente no próximo inverno já quero estar motorizado.  
Antes da compra se realizar fico pensando em alternativas de como realizar algumas atividades básica da nossa rotina. Por exemplo, algum de vocês já foi ao mercado sem carro e saiu carregando um monte de sacolas?  Muito ruim ... Sem carro terei que passar por isso, e mesmo com um bom sistema público de transportes vai ser o maior perrengue. Esse foi só um exemplo, mas lógico que existem outros. 
Um negócio bem bacana que descobri é o prestado por uma empresa chamada Zipcar (www.zipcar.com). Eles implementam uma idéia chamada car sharing. Ou seja, em vez de comprar um carro exclusivo, você compartilha o carro com outras pessoas. 
O serviço funciona da seguinte forma. Inicialmente você tem se cadastrar no site da empresa e esperar uma avaliação do seu perfil pela seguradora. Sendo aprovado você recebe pelo correio ou vai buscar no escritório da Zipcar o seu cartão. A partir daí é só usar o serviço. Achei um anúncio meio trash no Youtube. Ele mostra direitinho como usar o carro. Inicialmente você deve fazer uma reserva pela web, e na hora marcada vai a um ponto Zipcar e desbloqueia o carro com seu cartão. Pronto, pode sair usando (a chave fica pendurada ao lado da ignição). Quando seu tempo de reserva terminar (pode ser até mesmo uma horinha) você deixa o possante em um dos pontos espalhados pela cidade.

O serviço cobra uma taxa anual de $55,00 mais $30,00 para adesão. O valor da hora começa em $7,00 (acho que depende do carro, mas no site só achei esse preço).
Outra coisa interessante é que o combustível e o seguro já estão incluídos no preço. Esse valor dá direito a rodar 200 quilômetros por dia (os quilômetros adicionais custam mais ou menos $0,30).
Se precisar abastecer ou o tanque ficar abaixo de ¼ antes da devolução é só passar em um posto Esso e encher o tanque usando um cartão especial de abastecimento da Zipcar que se encontra no porta-luvas. Achei isso o máximo ...
Os valores que coloquei aqui devem ser em dólares americanos, pois a empresa é made in USA com o serviço prestado também em Toronto e Vancouver.
Achei a proposta do serviço bem inteligente e com preço interessante para usuários eventuais. Decididamente uma ótima alternativa.
Um abraço
Márcio

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Motivos para sair do Brasil

Resolvi escrever esses post ainda aqui no Brasil e verificar, depois de um tempinho vivendo em Toronto, se escrevi muita bobagem. Lógico que se estou saindo é porque alguma coisa me incomoda na terra do axé (args ...) e também no Rio de Janeiro, onde nasci.
Apesar de achar Salvador uma cidade legal, tanto que escolhi morar aqui, percebo que hoje ela é meio decadente e cada vez mais cheia de problemas (o que não é exclusividade de SSA).
Os motivos para mudar são muitos, então criei uma lista dos oito principais, sem pensar em ordem.
  1. Escândalos de corrupção - Os dois últimos que me causaram indignação foram os do Sarney e seus atos secretos e agora, por estar ainda na mídia, o do Arruda e aquela grana para comprar panetone (eu não ganhei o meu). Para piorar os que fazem a investigação são do mesmo grupinho (para o Brasil que eu quero descer!!!)
  2. A falta de educação da população em geral - Acho que Salvador é a capital mundial do xixi na rua. É impressionante a quantidade de homem que sem a menor cerimônia bota o bilau para fora para dar uma aliviada. Outros exemplos, e que deram a maior vergonha, passaram na TV. Foram reportagens sobre o lixo produzido em um dia na praia (uma de cada estado) e em uma grande avenida (também uma de cada estado). A praia de Piatã e a Av. Sete, ambas em SSA, foram as que produziram mais lixo em um quilômetro no Brasil . Esse é um problema social, onde a solução está no investimento maciço em educação, mas com tanta corrupção (1º problema) não sobra nada (Ops, entrou em loop).
  3. A violência urbana nas grandes cidades (SSA está nessa) - Coisas que não víamos muito na cidade há uns 10 anos hoje são fatos corriqueiros. Assaltos nos sinais do Parque da Cidade e do Hospital Aliança já são manjados (falta falar para a PM). A famosa saidinha bancária também ninguém agüenta mais. E os carros roubados, isso também está demais. Salvador cresceu muito, e acho que já temos níveis de violência que devem estar próximos das grandes capitais do sudeste.
  4. Custo da educação, ou melhor, da boa educação no Brasil - Tenho 3 filhos e não está fácil pagar boas escolas para essa turminha. Para piorar as escolas ainda vem com aquelas listas intermináveis de material escolar, aquilo parece sacanagem.
  5. Custo da boa saúde privada - No meu caso são cinco planos da SulAmérica todo mês. Esse custo, somado ao da educação, é bem alto.
  6. Relação entre os impostos pagos e os serviços oferecidos pelo governo - Sem comentário.
  7. Possibilidade de criar meus filhos em uma sociedade mais justa e sem muita desigualdade - Esse ponto pesa bastante. Na verdade tudo relacionado aos meus filhos pesou na decisão de ir.
  8. Possibilidade de oferecer para meus filhos uma cidadania mais respeitada no mundo - Depois de três anos no Canadá podemos pedir a cidadania canadense. Dessa forma meus filhos não terão os problemas que temos hoje para entrar em muitos países. Adicionalmente eles terão o mercado de trabalho americano aberto.
Puxa, foi fácil criar essa lista, acho que chegaria a muitos outros motivos sem problema, mas vou ficar nesses.
Prometo então daqui a um tempo escrever outro post revisando esses oito.
Um abraço
Márcio

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Parabéns para Lulu


Hoje é aniversário da minha princesinha (5 anos) e depois de dois anos vou estar presente na festa. Fato é que nos dois últimos anos não pude participar da festinha, pois estava no Canadá (Toronto – 2008 e Vancouver – 2009). Por pouco não acontece novamente, mas dessa vez seria por um motivo mais justo (rs).
Filhota, um beijão enorme do Pai para você, eu te amo demais e espero que a decisão que tomei, de mudar radicalmente nossas vidas, proporcione para você uma infância mais bacana, com novas experiências e aprendizados.
Sei que você ainda não percebe o que vai acontecer conosco, mas usando suas palavras infantis nós “vamos para a neve” em busca de sonhos. Assim espero que teus sonhos sempre se realizem e que você, com sua doçura, se torne sempre uma pessoa melhor.
Feliz Aniversário
Márcio

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Frio Retado !!!!!

Que no Canadá faz muito frio não é novidade, mas os amigos que já estão nas terras geladas têm passado a informação que nesse ano o inverno está maltratando. Freqüentemente tem feito temperaturas abaixo de -10C em Toronto. O engraçado, para nós que somos ignorantes no assunto, é que quando faz muito frio (estou falando MUITO) neva pouco, e é isso que esta acontecendo na cidade  esse ano.

Acompanhando a blogosfera percebo a decepção da maioria dos brazucas que estão passando o primeiro inverno no Canadá. Todos torcendo para curtir muita neve, mas até agora não deu nem para acumular. Um amigo disse que as filhas estão loucas para fazer tobogã em um parque, mas até agora não conseguiram.

Para vocês terem uma idéia do que estou falando, na semana passada (de quinta a domingo), Toronto esteve sob alerta de frio extremo. Esse alerta faz com que a prefeitura ative o serviço adicional para a retirada de pessoas sem teto das ruas. Toda vez que a Enviroment Canada prevê temperaturas inferiores a -15C, sem vento (imagina com vento ...), o alerta é emitido.  Isso é frio de big dog ...
Bom, ainda falta pouco mais de um mês para minha viagem e espero que até lá a coisa tenha normalizado (mudando de frio retado para um frio forte para cacete). Ahhh, tem que ter neve também, é claro !!!!
Um abraço
Márcio

sábado, 9 de janeiro de 2010

Voltando ao HSBC

No mês de novembro escrevi um post falando mal do atendimento que tive no HSBC quando fui buscar informações sobre a conta premier (http://acarajegelado.blogspot.com/2009/11/conta-hsbc-premier_17.html), inclusive disse que iria procurar um gerente com mais boa vontade e menos cara de picareta. Fato é que achei esse gerente, ou melhor essa gerente.

A conversa foi ótima e tudo que eu já sabia ela me confirmou, inclusive dizendo que o outro gerente deveria estar mal informado, pois as transferências entre contas internacionais de mesma titularidade realmente não são taxadas (o outro gerente falou em algo como R$60,00) e o que é pago a mais é o IOF.
Combinei com a gerente de passar lá na segunda e entregar minha documentação. Acho que agora vai dar tudo certo, pois cumpro todos os pré-requisitos para ter a conta e agora é só esperar os tramites burocráticos.
Acho que vou poder dar baixa em mais uma pendência da minha lista de TO DO ....
Abraços
Márcio

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Scanner corporal

O nome é meio assustador, mas em breve scanners corporais serão instalados nos principais aeroportos internacionais do Canadá (http://travel.aol.ca/article/body-scanners-coming-to-canadian-airports/764747/). A idéia é melhorar a segurança após o ataque fracassado no mês passado em um avião que seguia para os Estados Unidos. 

Esse assunto tem levantado polêmica devido à perda de privacidade dos passageiros e vem sendo discutido em muitos sites na web. A tecnologia usada produz um esquema de três dimensões do corpo nu de uma pessoa. O esquema em questão será então analisado por um oficial de rastreio, que irá ver a imagem da pessoa em uma sala separada e não terá nenhum contato nem verá o viajante. A imagem holográfica gerada pelo scanner dificulta a identificação do passageiro, que após sua passagem terá suas imagens apagadas automaticamente (os que não tiverem problema, é claro).
Os scanners não serão utilizados em todos os passageiros, mas apenas naqueles selecionados para uma triagem secundária. Para os selecionados que se recusarem a passar pelas máquinas existirá a alternativa de serem revistados. 
A expectativa é que os scanners estejam funcionando até a primavera e as primeiras máquinas serão instaladas nos aeroportos de Toronto, Ottawa, Vancouver, Calgary, Edmonton, Winnipeg e Halifax. 
Outros países, dentre eles a Grã-Bretanha, a Holanda e a Nigéria irão adotar os scanners. 
Particularmente acho importante esse tipo de iniciativa, inicialmente pela segurança que deverá melhorar para todos, mas isso não é consenso. O jornal The Vancouver Sun afirmou em seu editorial nesta terça-feira que o custo dos equipamentos de segurança (CA$250.000 cada) pode superar os benefícios. Só esperando para ver. 
Um abraço
Márcio

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

TI pelo processo federal

O que mais escuto quando comento com amigos que estou indo para o Canadá é que eles estão precisando muito de gente de TI por lá. Torço para que isso seja mesmo verdade, mas quando conto detalhes das últimas mudanças que ocorreram no processo federal de imigração, as pessoas percebem que a coisa não deve estar tão fácil assim.
A partir de fevereiro de 2008, todos os interessados em imigrar pelo processo chamado Skilled workers and professionals (http://www.cic.gc.ca/english/immigrate/skilled/index.asp) necessariamente precisam mostrar experiência, de pelo menos um ano, em uma das 38 profissões listadas no endereço http://www.cic.gc.ca/english/immigrate/skilled/apply-who-instructions.asp#list
Analisando a lista podemos perceber que a única profissão de TI que aparece é a 0213: Computer and Information Systems Managers. Ou seja, o que eles estão precisando mesmo é de gerentes. Tudo bem, muitos de nós temos experiência como gerente, o problema é que para um cargo desse o nível de Inglês necessário é muito maior, não basta apenas saber se comunicar bem. Quem já passou pelo cargo sabe o quanto é importante escrever bem (quantos memorandos burocráticos....), saber conduzir uma reunião (sempre tem um chato que precisamos convencer ou ser convencidos por ele) , e, é claro, se comunicar com a equipe, com os stakeholders, com patrocinadores e qualquer outro envolvido. Já pensou enfrentar uma dessas atividades e dar uma titubeada no Inglês?
Uma alternativa para o pessoal de TI que não tem experiência como gerente é aplicar pelo processo do Quebec (http://www.cic.gc.ca/english/immigrate/quebec/index.asp), pois ele não tem uma lista restringindo as profissões (pelo menos por enquanto)
No meu caso não tive problema com a lista das 38 profissões, pois tenho comprovantes de alguns anos de experiência como gerente, mas também consegui me encaixar em como 4121: University Professors e 4131: College and Other Vocational Instructor, que aparecem também na lista.
Resumindo a estória, se eles tivessem precisando tanto de gente de TI teriam mantido mais “profissões” relacionadas. Agora tem outro argumento que vai de encontro a esse raciocínio, pelos contatos feitos com a turma de TI que já está no Canadá, parece que o pessoal não tem tanta dificuldade para se empregar. Vai lá entender isso!!!!
Um abraço
Márcio